Ministério Público recomenda retirada de estátua de Daniel Alves em Juazeiro

De acordo com o MP-BA, a legislação proíbe homenagens a pessoas vivas feita com bem público

Por Redação
25/04/2024 às 18h18
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Foto: Divulgação/Prefeitura de Juazeiro
Foto: Divulgação/Prefeitura de Juazeiro

O Ministério Público estadual recomendou, na última terça-feira (23), que o município de Juazeiro retire a estátua de Daniel Alves, que está localizada na Rua Aprígio Duarte, no centro da cidade, em razão da legislação proibir homenagem a pessoas vivas feita com bem público. A recomendação decorre de um procedimento instaurado pela promotora de Justiça Daniela Baqueiro para apurar denúncia recebida pelo MP no dia 25 de março deste ano.

"A administração municipal encaminhou ao MP cópia do processo Administrativo nº 295/2019, do Pregão nº 137/2019 e os processos de pagamento referentes à aquisição da estátua de Daniel Alves, que atestam que se trata de bem público adquirido com recursos públicos, sendo que não é permitido homenagear pessoa viva com bem público", explicou a promotora. 

De acordo com a Lei Orgânica de Juazeiro, compete ao Município prover sobre denominação, numeração e emplacamento de logradouros públicos, sendo vedada a utilização de nome, sobrenome, ou cognome de pessoas vivas. Da mesma forma, a Constituição Estadual da Bahia, em seu artigo 21, e a Lei Federal no 6.454/1977 vedam a atribuição de nome de pessoa viva a bem público de qualquer natureza. No documento, o MP fixou o prazo de 30 dias para o Município justificar o cumprimento da recomendação e encaminhar a comprovação necessária da regularização da situação.

Como já mostrado pelo Portal M!, o pedido de retirada da estátua de Daniel Alves do Centro de Juazeiro ganhou força desde que o ex-jogador foi acusado por estupro, na Espanha. Um dos episódios aconteceu em 7 de setembro do ano passado, quando a estátua foi coberta com sacos pretos e fita adesiva. Já em 28 de fevereiro deste ano, após a condenação de Daniel, a estátua foi coberta com tinta branca.

O episódio mais recente ocorreu no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, quando um grupo de cerca de 60 manifestantes protestaram ao lado da estátua. O protesto contou com cartazes que traziam frases como "Parem de nos matar", "Não a cultura do estupro" e "Daniel Alves estuprador".

 

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