Mês das Noivas e Dia das Mães: Sindilojas e Fecomércio projetam crescimento nas vendas

Enquanto o sindicato prevê aumento de 5% no varejo, a federação estima alta de 7%

Por Vivaldo Marques e Bruna Ferraz
04/05/2024 às 08h00
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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Maio costuma ser um período promissor para o comércio. Além de ser conhecido como o Mês das Noivas, quando boa parte dos apaixonados resolve se casar, fomentando assim diferentes setores, também é celebrado o Dia das Mães, segunda data mais importante para o varejo, atrás apenas do Natal quando o assunto é aquecimento das vendas.  

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas-BA), Paulo Motta, afirmou ao Portal M! que este é o segundo mês mais importante do ano para o setor. Como mães e noivas estão sob os holofotes no período, Motta explicou que os artigos para o público feminino acabam sendo os mais procurados.

"No Dia das Mães, se destaca sempre uma maior presença de bens chamados não duráveis, como roupas em geral, perfumes, flores, artesanato, bijuterias, dentre outros. Além disso, por ser o Mês das Noivas, tem as chamadas compras de organização da família que está sendo constituída. Então, o setor de bens duráveis passa a ter, depois do Dia das Mães, uma maior presença e, este ano, será um pouco beneficiado pela redução da inadimplência", explicou.

Para o presidente do Sindilojas-BA, o programa do governo federal de recuperação de incentivo ao consumidor trouxe para o mercado um volume de pessoas que estavam inadimplentes, com a possibilidade de retomar o uso do crédito. Ele destacou, em especial, o consumidor de baixa renda, que costuma usar o cartão de crédito para realizar compras.

Com isso, o Sindilojas-BA tem uma previsão de crescimento nas vendas acima de 5%. Há também, como apontou Paulo Motta, a perspectiva de predominância dos chamados bens não duráveis.

A projeção otimista se dá ainda por outro fator: o funcionamento regular do comércio ao longo de quase todo o mês de maio, incluindo os quatro domingos. Apenas no dia 1º, quando se celebra o Dia do Trabalhador, o funcionamento de boa parte dos setores estará suspenso.

"O Sindilojas-BA tem essa expectativa, essa projeção e, acima de tudo, um reconhecimento de que é o segundo mês de vendas do ano para o varejo e estamos confiantes de que vamos ter crescimento acima de 5% ", reforçou Paulo Motta.

O que diz a Fecomércio-BA sobre vendas em maio

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) também tem uma estimativa positiva para maio no estado, sendo ainda mais otimista: alta de 7% nas vendas.

Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio BA, afirmou, em entrevista ao Portal M!, que o Dia das Mães é considerado o Natal do primeiro semestre, contudo destacou que nem todos os segmentos do varejo são beneficiados.

"A gente não insere, por exemplo, materiais de construção, venda de veículos, venda de combustíveis, que não estão ligados à data. Então, quando a gente pega os setores que são alimentados pelo Dia das Mães, como vestuário, supermercados, também decoração, eletrodomésticos, eletrônicos, esses segmentos devem ter, em média geral, um crescimento de 7% na Bahia neste ano", projeta.

O setor supermercadista foi um dos destacados pelo especialista para esse período. De acordo com ele, quando se fala no comércio festivo, as pessoas costumam pensar apenas nos presentes, mas ele afirmou que há uma movimentação também na compra de produtos para a refeição do Dia das Mães. Além disso, bares e restaurantes registram uma demanda muito maior no domingo dedicado às mães, o segundo do mês de maio.

O que favorece e o que dificulta as vendas?

Ainda em conversa com o Portal M!, o consultor econômico da Fecomércio BA explicou que o vestuário segue como um dos segmentos mais aquecidos do período, o que inclui roupas e calçados entre os produtos mais procurados, até porque costumam ser mais acessíveis, sem depender tanto do acesso ao crédito.

Contudo, alguns fatores surgem como empecilho neste tipo de venda. "Muita gente já fez as compras de roupas no pós-pandemia, é um setor que vem sofrendo por custos elevados, fechamento de lojas. Então, se a gente fala de um faturamento similar [ao do ano passado], eu diria que é um cenário relativamente positivo para o setor de vestuário", detalhou.

O aumento nas vendas, segundo Guilherme Dietze, se deve a uma série de outros fatores, dentre eles a recuperação no mercado de trabalho, com muito mais pessoas empregadas formalmente, o que eleva o poder de compra das famílias. O especialista também destacou a redução da inadimplência, o crédito um pouco mais barato e a queda da taxa de juros, ainda que em ritmo lento.

"É uma combinação muito boa para que haja essa recuperação do consumo. Não quero dizer que seja um cenário ideal. Mas é o que tem para hoje, então, se a gente compara com o ano passado, o cenário é relativamente melhor. Por isso, a gente acredita que, dada as informações do primeiro trimestre - janeiro e fevereiro, com vendas positivas e fevereiro acima da expectativa -, a projeção para maio acaba estando em linha com esse sentimento um pouco mais favorável para este ano, com essa conjuntura econômica positiva", afirmou Guilherme Dietze.

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