Artesanato ancestral e etnias indígenas são destaques da Feira da Bahia

Edição especial Indígena acontece até domingo, das 16h às 22h, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia, no bairro da Graça, em Salvador 

Por Bruna Ferraz
27/04/2024 às 16h30
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Foto: Fernando Vivas/GOVBA
Foto: Fernando Vivas/GOVBA

O artesanato ancestral das comunidades Tupinambá, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Kariri-Xocó, Kiriri, Pataxó, Tuxá e Kaimbé está em destaque na Feira Artesanato da Bahia - edição Indígena, que teve início na sexta-feira (26) e segue até este domingo (28), sempre das 16h às 22 horas, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC-BA), no bairro da Graça, em Salvador. O evento é uma celebração durante o mês dedicado à valorização dos povos originários, permitindo ao público mergulhar na riqueza cultural dessas etnias.

Com a feira, os visitantes têm a oportunidade de conhecer e adquirir, diretamente, produtos feitos por artesãos das etnias indígenas da Bahia, que habitam os territórios de identidade Velho Chico, Semi-Árido Nordeste II, Itaparica, Metropolitano de Salvador, Litoral Sul, Costa do Descobrimento e Extremo Sul da Bahia. Esta edição especial é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (Setre), por meio da Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA), em parceria com a Associação Fábrica Cultural.

"Investir na valorização e promoção do artesanato das comunidades indígenas preserva nossa cultura e contribui para a geração de renda e o fortalecimento econômico dessas populações", afirmou Davidson Magalhães, titular da Setre.

Da região de Porto Seguro, Marilandia Pataxó destacou a importância da realização de feiras como essa para a comunidade indígena e como o apoio dos órgãos estaduais contribui para a consolidação e continuidade da produção dos artesanatos. "Eventos como este não só nos proporcionam visibilidade e oportunidades de vendas, mas, também, fortalecem nossa identidade cultural e incentivam a preservação das técnicas tradicionais, garantindo a perpetuação de nossa arte para as futuras gerações".

Os materiais utilizados nos artesanatos incluem desde sementes e fibras naturais até madeiras e argila. O evento conta ainda com o apoio da Secretaria Estadual de Promoção de Igualdade Racial (Sepromi) e da Secretaria de Cultura (Secult-BA), através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).

Além das exposições e vendas de produtos artesanais, a feira também apresenta uma programação cultural diversificada. Neste sábado (27), às 17 horas, Beatriz Tuxá se apresenta. Também haverá exibições de vídeos da série "Quem faz?", com depoimentos dos artesãos, e apresentações de cantos e rituais indígenas ao longo dos dias do evento.

A secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães, ressaltou a relevância de celebrar as manifestações artísticas e culturais dos povos indígenas da Bahia. "É fundamental reconhecer e honrar a riqueza cultural dos povos originários, promovendo espaços como essa feira para difundir e valorizar suas expressões únicas".

Registro do artesão

Durante a Feira de Artesanato da Bahia, 100 carteiras de artesão foram entregues, gratuitamente, para as comunidades indígenas. Esses documentos são emitidos após o registro no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab) e aprovadas pela Coordenação Estadual de Fomento ao Artesanato. Os benefícios incluem participação em feiras de artesanato nacionais e internacionais, oficinas e cursos, bem como acesso a incentivos fiscais em alguns estados.

 

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