Vixe! Salve-se quem puder. Prazo final da janela partidária causa apreensão nos políticos. As apostas na Câmara de Salvador. E o PSD, maior partido da Bahia

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Por Osvaldo Lyra e equipe
03/04/2024 às 09h24
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Foto: Arte/Haron Ribeiro
Foto: Arte/Haron Ribeiro

Salve-se quem puder 

O prazo legal para mudança partidária se encerra oficialmente no próximo domingo, dia 7. Até lá, muitos políticos, com e sem mandato, estão tendo que "rebolar" para garantir o melhor abrigo político na disputa da próxima eleição. Isso em Salvador e em todo o país. Mas falando da capital baiana, o clima é de "salve-se quem puder", tanto na base do vice-governador Geraldo Júnior (MBD), como entre os aliados do prefeito Bruno Reis (União Brasil). 

Nervos à flor da pele 

Há duas semanas, inclusive, a Coluna Vixe! trouxe a informação que os aliados do prefeito estavam com os nervos à flor da pele com a falta de diálogo com o líder político do União Brasil. A verdade é que muitos estão com suas vidas arrumadas, mas há aqueles que dependem da combinação de vários fatores para garantir a vitória na eleição de outubro. 

Bruno Reis

As apostas na Câmara 

Um observador da cena política em Salvador fez questão de separar os vereadores com mandato em três categorias. "Na Câmara hoje você tem aqueles vereadores que estão eleitos em qualquer partido, que tiveram mais de 9 mil votos na última eleição". Nesse rol, o observador da política municipal cita os vereadores Carlos Muniz, Duda Sanches, Paulinho Magalhães, Ricardo Almeida, Ireuda Silva, Pastor Júlio e Luís Carlos Souza. 

Ricardo Almeida

No aguardo dos partidos 

Numa segunda lista, o observador coloca aqueles vereadores que estão aguardando a definição da composição dos partidos para ver quem realmente tem chance de se viabilizar. Esses parlamentares teriam recebido de 6 a 9 mil votos na última eleição. E na terceira leva de políticos com mandato, estão os que ainda são uma incógnita, como Marcelo Maia e Gordinho da Favela, que tiveram entre 4 e 6 mil votos, mas trabalharam muito ao longo dos últimos anos para se fortalecerem e ampliarem a própria base. A depender da escolha partidária, eles podem se reeleger com certa tranquilidade. 

Gordinho da Favela

A incógnita do PDT

Ainda sobre a movimentação dos partidos e candidatos, o PDT é apontado na base como uma das maiores incógnitas, justamente por não se saber ainda como a sigla está sendo montada e quem serão os vereadores de mandato que se filiarão. E o detalhe: muitos apostam que, apesar de oficialmente o prazo terminar no próximo dia 7, há tempo ainda para os dirigentes partidários comunicarem à Justiça Eleitoral as novas filiações, abrindo, assim, margem para acomodação dos retardatários. 

Bancadas do PSDB e União Brasil 

Já o União Brasil e o PSDB são os partidos citados como os mais preparados para chegarem fortalecidos no pleito, sobretudo por já estarem com a situação dos seus vereadores de mandato consolidada e com uma "rabada" forte, que permita a formação de uma ampla bancada em outubro. 

A estratégia do PSDB 

E por falar no PSDB, o presidente da Câmara de Salvador, vereador Carlos Muniz, mantém o otimismo para o pleito que se avizinha. Essa semana, inclusive, o tucano descartou o ingresso de vereadores com mandato no partido para disputar eleição deste ano. Muniz está à frente da federação formada entre o PSDB e o Cidadania. "Chance zero de receber vereadores novos com mandatos. Pode haver troca de um vereador por outro, mas, de forma alguma, vereador com mandato entrando no partido (para aumentar o número)", destacou. 

Carlos Muniz

Especulação tucana 

A fala do presidente da Câmara ao Off News se deu diante das especulações de que o vereador Sidninho pode deixar o Podemos para ganhar plumagem tucana. Questionado sobre o assunto, Muniz declarou que a mudança pode vir a acontecer, caso haja a saída de um vereador de mandato para entrada de outro, que pode ser Sidninho, inclusive. "Um saindo, outro entrando, pode acontecer sim. Não descarto essa hipótese".

Sidninho

A volta de Adriano 

Outro movimento que chama a atenção nessa reta final do prazo para mudança partidária é a saída do ex-vereador de Salvador, Adriano Meireles, do Solidariedade, para voltar para a base do prefeito Bruno Reis. Ele estaria de malas prontas para entrar no PSDB. De acordo com Meireles, a "falta de interesse" do pré-candidato Geraldo Júnior em ganhar a eleição deste ano foi um dos maiores motivos para sua mudança de lado na política soteropolitana. "Eu acho que Geraldo está buscando espaço para se manter na vice (de Jerônimo) ou ser candidato a deputado federal. É uma candidatura inviável. Até acreditei no início, mas ele não tem demonstrado interesse em ganhar. Ele quer holofote, visibilidade e estaremos sendo usados por isso".

Adriano Meireles

Processo de declínio 

Segundo Adriano, o Solidariedade está em franco processo de declínio e não deve eleger nenhum vereador em Salvador. Ele, inclusive, estava sendo responsável pela montagem da sigla para a disputa deste ano na capital baiana. Com sua saída, o Solidariedade ruiu e nomes, como Capitão Tadeu, estão de saída da sigla. "Não acredito nesse projeto, nessa candidatura de Geraldo. O Solidariedade não vai fazer nenhum vereador. O governador Jerônimo não enxerga Salvador, é peculiar, não é como o interior. Ele desconhece isso". 

Capitão Tadeu

Aliados abandonados 

Na base do governo estadual a situação não é tão diferente da encontrada na base do prefeito Bruno Reis. A montagem dos partidos para a disputa proporcional está a cargo dos comandos partidários, não tendo o envolvimento direto de Geraldo. Na última semana, inclusive, Geraldinho se reuniu com integrantes das siglas aliadas e com representantes da federação, formada pelo PT, PCdoB e PV. O clima entre muitos apoiadores do governo é de total abandono, apesar de dizerem que não. A expectativa agora é que o "Conselho Político" seja convocado para chancelar as mudanças e começar a preparar a estratégia da próxima campanha eleitoral, tanto na capital como no interior. 

Conselho Político

As dúvidas no MDB 

Até mesmo no MDB o clima ainda é de indefinição. Para os emedebistas mais otimistas, serão eleitos de três a quatro vereadores pela sigla. Mas, para isso acontecer, uma longa estrada terá que ser percorrida, sobretudo no processo de estruturação da campanha de Geraldo em Salvador. O detalhe é que até agora não foi definido o vice nem o coordenador da campanha na capital baiana. 

No páreo ainda? 

Para a coordenação, o nome mais forte continua sendo o do presidente da CBPM, Henrique Carballal, que estaria aguardando uma conversa com o governador Jerônimo para assumir o desafio. Já para a vice, o vereador Sílvio Humberto (PSB) ou ainda a secretaria Fabya Reis (PT). Ambos agregam o voto dos partidos de esquerda e tentam estancar a sangria provocada pela escolha de Geraldo. 

Fabya Reis

A força do PSD 

Com a saída do PP da base do governo estadual, o que se comenta na ala governista é que o PSD, comandado na Bahia pelo senador Otto Alencar, será o maior partido após a próxima eleição. Na sequência, deve vir o Avante, presidido pelo ex-deputado Ronaldo Carletto, que está montando o partido para viabilizar a candidatura do ministro Rui Costa ao Senado em 2026. 

Otto Alencar

Maior partido da Bahia

Quem conhece bem a política do interior diz que os dois partidos estão com um apetite voraz, mas nada superará a força do PSD. Há dirigente de sigla aliada apostando que o partido de Otto elege até 150 prefeitos, se consolidando como a maior força política da Bahia, na frente até mesmo do PT, que deverá crescer, mas não chega a ameaçar os planos do senador baiano.

Otto e Jerônimo