Erika Hilton defende fala após interrupção no parlamento: "Pessoas que gestam, goste a senhora ou não"

Deputada defendeu existência de legislação que permite que mulheres não sejam obrigadas a "levar adiante algo que é fruto de uma violência"

Por Redação
18/04/2024 às 19h40
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Foto: Instagram/@hilton_erika
Foto: Instagram/@hilton_erika

Ao se posicionar sobre um requerimento acerca do aborto no Brasil, na sessão da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, a deputada Erika Hilton (PSOL) mencionou que "existe uma legislação que garante que mulheres, meninas, pessoas que gestam possam ter direito ao acesso à saúde, possam não ser obrigadas a vir a óbito ou a levar adiante algo que é fruto de uma violência".

A fala da parlamentar, no entanto, foi interrompida por uma voz feminina. "Mulher é que gesta bebê na barriga".

Erika então rebateu a fala e pediu respeito ao seu posicionamento. "Sim, pessoas que gestam, pessoas que gestam, pessoas que gestam, goste a senhora ou não, e respeite a minha fala. Na hora de vossa excelência falar, vossa senhora coloque a sua opinião", disse com convicção.

"Eu não estou aqui pedindo a sua opinião e nem perguntando qual é a terminologia que vossa excelência prefere ou quer, estes são os termos que eu uso e, goste a senhora ou não, para além da identidade mulher cisgênera, existem outros corpos que também geram e isso não depende da senhora", concluiu Hilton, nesta quinta-feira (18).

Erika postou o momento em seu instagram, com a legenda:

"CRIANÇA NÃO É MÃE. A tentativa de membros da Comissão da Família de legitimar a resolução do CFM que impede que meninas, mulheres e PESSOAS QUE GESTAM vítimas de estupro realizem o aborto é mais uma faceta da cru3ldade dos ditos 'pró-vida'.
Uma semana atrás, estas mesmas pessoas estavam lutando para que Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar Marielle, saísse da cadeia.
Todos os dias essas pessoas lutam para que as forças policiais matam cada vez mais, pra que o Estado deixe cada vez mais gente morrer, e pra que a crueldade seja a norma.
E quando o assunto é aborto, essa crueldade exacerbada: em defesa de supostos valores, querem que meninas, crianças estupradas sejam obrigadas a ter o filho de quem as estuprou".

Confira o momento:

 
 
 
 
 
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