A importância de meu avô Juracy 

Por Jutahy Magalhães Junior*
04/05/2024 às 12h08
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Foto: Divulgação
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Devo minha vocação para a vida pública a meu avô Juracy Magalhães. Quando nasci, em 1955, ele era senador e, em 1958, foi eleito para ser novamente governador da Bahia. Já tinha sido governador antes, no período de 1931 até 1937. Foi também deputado federal, adido militar nos EUA, presidente da Vale do Rio Doce e o primeiro presidente da Petrobrás.

Com dois anos de idade, conheci o Senado no Rio de Janeiro. Depois da posse dele como governador, o acompanhei em muitos eventos públicos. Conheci JK e Jânio no Palácio da Aclamação, onde ficaram hospedados. Era a residência oficial do governador. 

Em 1966, como ministro das Relações Exteriores, meu avô fez o acordo definitivo das nossas fronteiras com o Paraguai. Tinha 10 anos quando ele me levou para assistir a assinatura da "Ata das Cataratas". Quem redigiu este marco da diplomacia brasileira foi o grande escritor Guimarães Rosa. O conheci lá em Foz do Iguaçu. Naquela época, meu avô me disse: "Quero que você  testemunhe o primeiro grande passo para a construção da maior hidrelétrica do mundo: Itaipu". 

Em 2003, voltei com Jacqueline e meus filhos, Jutahy e Lavínia, a Foz do Iguaçu. Meu amigo Rubens Bueno era diretor de Itaipu. Fomos recebidos pelos presidentes de Itaipu Binacional. Nesta reunião, eles me perguntaram se eu sabia da importância de meu avô Juracy para a existência de Itaipu. Quando informei que estive presente na solenidade de 1966, foi uma surpresa geral. Meu avô foi um grande homem público. Tinha uma coragem pessoal incomum. Fez uma legião de amigos por onde passou.

Tinha um amor imenso pelo Brasil, a ponto de arriscar a vida, muitas vezes, para defender o que acreditava. Tenho muito orgulho de ser neto do general, do governador, do ministro, do embaixador. mas, principalmente, de meu avô Juracy.

* Jutahy Magalhães Junior é advogado e ex-deputado federal pela Bahia.

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