Mandetta deve assumir Secretaria de Saúde de Goiás caso deixe governo Bolsonaro

A cúpula do DEM discutiu uma saída honrosa para o ministro, que tem recebido apoio da população e de prefeitos e governadores da maioria do país no enfrentamento à pandemia 

Por Osvaldo Lyra
09/04/2020 às 08h43
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Foto: GOV GOIÁS
Foto: GOV GOIÁS

A cúpula do Democratas está atenta e acompanhando de perto a crise entre o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, filiado ao partido, e o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Essa semana, no epicentro da crise, quando a demissão do ministro chegou praticamente a ser confirmada, o presidente nacional da sigla, ACM Neto, manteve uma série de contatos com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente, além do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Eles discutiram uma saída honrosa para o ministro, que tem recebido apoio da população e de prefeitos e governadores da maioria do país, devido ao posicionamento técnico no enfrentamento à pandemia da covid-19. 

No meio de uma reunião por vídeo, o governador goiano chegou a anunciar o desejo de contratar o ministro para assumir a Secretaria de Saúde do seu estado, no lugar do atual titular da pasta,  Ismael Alexandrino.

Mandetta e Caiado são amigos de longas datas. Eles são ortopedistas - o governador especializado na França e o ex-deputado especializado nos Estados Unidos. O desejo do governador goiano em ter o aliado em sua equipe vem desde 2019, quando o teria convidado pela primeira vez. 

Na última quarta, presidente Jair Bolsonaro chegou a se reunir com o ministro da Saúde, que não cogita pedir para sair do governo. O encontro ocorreu pela manhã e não constava na agenda oficial do chefe do Executivo. 

Divergências 

A reunião a portas fechadas ocorreu dois dias depois do presidente ficar perto de demitir Mandetta. Ambos entraram em conflito por discordarem da melhor forma de agir diante do novo coronavírus.

Enquanto Bolsonaro defende a reabertura de comércios e o isolamento vertical (no qual apenas pessoas em grupos de risco permanecem em confinamento), Mandetta prega o isolamento e decisões com base nas evidências científicas que vão se formando ao longo da crise.