Banco de dados reúne informações anônimas de pacientes com Covid-19

Base de dados abertos terá informações de 75 mil pacientes

Por Redação
17/06/2020 às 23h00
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Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) anunciou, nesta quarta-feira (17), na capital paulista, a criação da primeira base de dados abertos anônimos do país com informações demográficas de 75 mil pacientes de Covid-19. O arquivo guardará 1,6 milhão de exames clínicos e laboratoriais e 6.500 dados de desfecho de pacientes para subsidiar pesquisas científicas sobre o novo coronavírus, que serão compartilhados com pesquisadores de universidades e outras instituições. 

De acordo com o diretor científico da Fapesp, Luiz Eugênio Mello, a ideia é subsidiar a pesquisa científica sobre a doença. A criação da plataforma é uma iniciativa de fazer o que tem sido a tônica do desenvolvimento da ciência nas últimas décadas - a abertura dos dados gerados por instituições públicas de pesquisa para a sociedade, sem a necessidade de assinar uma publicação.

O banco de dados, denominado Covid-19 Data Sharing/BR, foi criado em colaboração com a Universidade de São Paulo (USP), o Grupo Fleury e os hospitais Sírio-Libanês e Israelita Albert Einstein.

Segundo Mello, uma plataforma nesses moldes demora anos para ser construída, mas, no caso desta, os dados foram inseridos em tempo recorde devido à existência da estrutura e do investimento. "O que resultou de relevante foi o estabelecimento dos vínculos de confiança entre os fundadores da iniciativa. A função central da Fapesp é servir como catalisador desse trabalho. O custo da obtenção dos dados já foi pago pelos pacientes que fizeram os exames, e o que estamos fazendo é, de forma anônima, compartilhar esse conjunto de informações".

O pró-reitor de Pesquisa da USP, Sylvio Canuto, destacou que o trabalho é um grande passo na luta contra a covid-19, já que a situação mostra a necessidade do compartilhamento de dados científicos. "O projeto já está funcionando na USP e permite usar as informações de forma sustentável. Este é um instrumento que será perene", afirmou Canuto.

O banco conterá dados anônimos dos pacientes que fizeram exame, estiveram internados e a descrição da evolução clínica do quadro de saúde. Posteriormente serão adicionados exames de imagem. Os dados poderão ser verificados por analistas, que darão sugestões para melhorar a plataforma.

*Com informações da Agência Brasil